Amar... Amor... Descobrir...
A vida é algo de muito sui generis. Prega-nos partidas a cada hora, a cada minuto, a cada segundo. Aquilo que é num momento, pode já não o ser no momento seguinte. E eu tenho sido deveras surpreendida por tantos acontecimentos, que acabo por me sentir como Dil (personagem interpretada magistralmente por Jaye Davidson no filme "The Crying Game" de 1992), em diversas situações.
Penso que talvez como qualquer mulher transexual se sentirá quando terminou o seu processo clínico e começa a tirar as suas próprias e últimas conclusões, depois de longos anos de todo o tipo de avaliações (no meu caso foram praticamente seis...).
Dil marcou-me muito. A força que Jaye Davidson imprimiu à personagem fez-me questionar tanta coisa naquela altura (e agora!), ao mesmo tempo que me dava outras tantas certezas. Vi o filme numa escura e very cosy sala de cinema, e fui descobrindo o filme e as personagens, ao mesmo tempo que me descobria também a mim própria.
E, tal como Dil, eu procuro o amor. Mas não rastejo por ele. Não me humilho por ele. Não me vendo por ele. Precisamente porque ele é a essência de todos os sentimentos e não se consegue atingi-lo se não for puro. Se não estivermos e formos puras. Se não estivermos bem connosco próprias.
Não diria que estou bem comigo. Ainda não. Mas sei que vou a caminho. E sei que o amor estará algures à minha espera no caminho. Como estava no de Dil. Esta é a minha homenagem a todas as mulheres transexuais que têm coragem de amar perdidamente, tal como Dil. Esta é a minha homenagem a Jaye Davidson, que sim, merecia sem sombra de dúvidas o Óscar para que foi nomeado.
Kisses. Lara.
The Trying Game
A Dil Obsession Viddy by lennier07
A Dil Obsession Viddy by lennier07
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