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Sou uma mulher transexual de Lisboa, Portugal, onde nasci e cresci. Neste espaço poderá encontrar pensamentos, reflexões e comentários inerentes à minha vida como mulher trans. Seja benvind@ ao meu cantinho.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Quatro Bês



A vida não deixa de me surpreender. A nível familiar as coisas pioraram bastante, pelo menos durante uma semana, em que até a minha mãe me falava ao telemóvel com sete pedras nas mãos. O meu irmão não me atende o telemóvel, nem que seja só para lhe falar sobre a minha sobrinha. E as pessoas que vou conhecendo melhor, ou porque tomo um café com elas (regra geral homens, ou não fosse eu hetero! risos), ou porque mantemos uma conversa fluída na net, passam, de um momento para o outro, a tratar-me de forma "diferente".

Isto é o que se chama passar de "bestial a besta". E como vêem, tenho tido provas de que isto se passa, mais ultimamente, talvez por causa das trovoadas, das pancas, do facto de eu ser uma Mulher Transexual pré-operada, talvez porque não correspondo às expectativas de quem se tenta aproximar em demasia (you know what I mean...).

Ainda por cima estou debilitada, pois estou com uma tendinite no braço esquerdo que me tolda os movimentos, e estou prestes a ser operada ao peito (espero eu!). Na próxima semana já sei quando vai ser, e lá vou eu para mais alguns exames, análises, etc.

Entretanto, deparo-me com um verdadeiro "baby boom". Pois é verdade. Grande parte dos homens que conheço (pessoalmente) ou foram pais há pouco tempo, ou estão prestes a sê-lo. Curiosamente e felizmente, a maioria dos bebés são meninas (yes!) e só vejo baba de pais (e mães) à minha volta. A todos eles os meus parabéns, apesar de eu achar pessoalmente que colocar uma criança no mundo nesta altura do campeonato é, no mínimo, arriscado.

Sei que falo também com uma pequena pontinha de inveja, pois adorava ser mãe, e esta seria a altura ideal, pois já estou a ficar velha, e quando a criança fizesse 20 anos, já eu teria 56. Tipo avó-neto/a. Mas também nunca faria parte dos meus planos ser mãe sem ter um pai para essa criança, que teria que ser adoptada por motivos óbvios.

E como não existe "pai", vou sendo "mãe" um bocadinho, dos filhos dos amigos e, principalmente, da minha sobrinha, que já vai com oito Primaveras. Linda, inteligente e toda arrebitada! Tem a quem sair...

Ai ai... Quem me dera ser mãe...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ninguém te impede de adoptar, certo? :) E eu, ainda que virtualmente, dou-te a ajuda que achares necessária!

:)

**

setembro 13, 2007 3:43 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

querida, Lara... adorei seu blog.
Seus textos sao super intensos, reflexivos.
Te mandei um email.
Sou transex, e faço filmes eroticos.
Parabens pelo seu blog!
bjs,
Nathy
nathaliejoliets@yahoo.fr

setembro 16, 2007 12:37 da manhã  

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